sexta-feira, 3 de julho de 2009

Vida Veloz

VIDA VELOZ

Tenho vivido a divagar
A vagar devagar
A cavalgar por sobre as vagas
De minha mente
Várias vias, variados vultos
Varões e varoas por velhas vielas
Vagam a toa.
Elevo-me em versos que agora entôo
E por sobre vastas avenidas alço meu vôo
Vida veloz de vivente citadino
Sol a pino
Ventos secos do inverno
“El Nino”
Tenho vivido a desbravar veredas
E a buscar por verdes vales,
Sozinho
Vê os jovens ao longo do caminho
Sem nenhum destino
Reverberam vozes num desatino
Ouve a voz do menino
Que vaga pela praça
O resvalar das vistas
A velar sua desgraça
E enquanto a vida passa
Tenho vivido de vagar
Embora os dias voem, velozes
E veja as vilas de minha infância
Esvaecerem-se na ávida ânsia
Da veloz vida urbana
Inumana, desumana, insana...
Fria qual o metal que cerra as celas
E arma as telas em nossas belas
Edificações
Ouve a voz dos vendilhões
A vociferar aos vinte e tantos cantos da nação
A apregoar sonhos vulgares
De televisão
Os desvarios dessa vã civilização
Têm nos levado num afã
À perdição
A perda dos velhos valores
Vem avariando os sentimentos
Violência avança sobre alvos imóveis
Vicejam os vícios, vagueiam os viciados
Como cadáveres móveis
Tenho virado noites a ver paredes
Tenho virado dias a verificar tablóides
Velho mundo, rotundo, geóide
Observai os vagalhões de homens
A revender velharias,
A revirar as latas,
A vislumbrar as placas,
A encravar estacas
Enquanto vago vejo tudo,
E subindo, a divagar
Volto a voar...



Cansei de vagar
Canso de voar
Cansado estou de divagar...

Só não canso de viver

Professor Cristiano

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